quinta-feira, 30 de outubro de 2008

O FOCO CONTROLA A VIDA

Tudo na vida é uma questão de foco.

Não há ninguém na Terra que não tenha benefícios e malefícios advindos da capacidade que temos de nos concentrar em alguma coisa.

A capacidade de concentração inerente ao ser humano tem sido alvo de inúmeros estudos e conclusões dos mais diversificados segmentos científicos, filosóficos e religiosos, cada um com suas conclusões distintas; existem, porém, alguns pontos convergentes que acho que vale a pena refletir:

Foco pode ser bom na mesma medida em que pode ser ruim.

Quando concentramos nossas energias em uma coisa, direcionando nosso foco para isto, perdemos a visão de outros ângulos. Tudo o mais que fica fora do foco perde a importância e a visibilidade podendo até mesmo desaparecer de nossas vidas mesmo que ainda esteja lá.

O foco me faz enxergar muito mais detalhadamente o objeto de minha concentração me proporcionando a oportunidade de enxergar coisas que não poderia ver de outro modo; porém, este mesmo foco vai tirar a minha atenção de qualquer outra coisa que esteja ao meu redor.


Ao mesmo tempo, quando não temos foco real em coisa, alguma perdemos a oportunidade de viver profundamente qualquer experiência nos transformando em pessoas superficiais e com uma consciência rasa.

Também o foco em excesso pode se transformar em uma obsessão, o que não é nada saudável. A falta de foco, por outro lado, pode nos fazer andar sem destino, sem referência, o que nos deixará perdidos na vida.


O FOCO CONTROLA A NOSSA VIDA.

Nosso foco presente determina nossos sentimentos presentes.

Se estivermos concentrados em coisas negativas, fatalmente, teremos sentimentos negativos e seremos impedidos por nosso próprio foco de enxergar as coisas positivas da vida e, até mesmo, de enxergarmos alguma solução positiva para nossa situação negativa.

Para mudar nossa vida e nossos sentimentos presentes devemos nos concentrar em mudar nosso foco.

“Não andeis ansiosos por coisa alguma, antes tornais conhecidas as vossas petições diante de Deus por meio da oração e suplicas com ações de graças; e a paz que excede todo o entendimento guardará os vossos corações e as vossas mentes em Cristo Jesus.” Filipenses 4:6.

Paulo, o apÓstolo, está tratando de foco.

Se estivermos ansiosos por qualquer coisa, certamente, isso significa que estamos colocando esta "qualquer coisa" em um lugar de destaque na nossa vida, de tal forma que passa a influenciar nossos sentimentos e controlar nossa vida.

Paulo nos convida a mudar o foco e olhar para aquele que é poderoso para fazer qualquer coisa e nos trazer paz.

Este texto não promete que o que você pedir nessa oração vai receber, mas o texto afirma que se mudar o foco daquilo que O deixa ansioso para Deus, contando a Ele as razões de sua ansiedade, você receberá paz sobrenatural, de modo que nem mesmo poderá entender a razão de estar sentindo tanta paz, mesmo em meio a situações onde não há paz.

Sim! A mudança de foco muda também os sentimentos.

E, conseqüentemente, mudará nossas vidas.


Precisamos sempre de algo para focalizar.

Precisamos sempre de uma referência.


Mas, acho que aqui nesse planeta não há qualquer coisa que seja estável o suficiente para que possamos nortear a nossa vida. Sempre andaremos ansiosos enquanto focalizarmos em coisas temporais que têm começo meio e fim. Que hoje existem e amanhã já não existem mais.

“Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.” Tiago 1:17

Isso é que é constância!

Que tal começarmos a tirar o foco das coisas que vão passar e a concentrar nossas energias nAquele que é desde sempre e para sempre?

Enquanto Pedro estava com seu foco concentrado em Jesus, pôde andar por sobre as águas; até o momento em que perdeu o foco e passou a enxergar as ondas e o vento. Perdeu o foco no que lhe trazia paz e focalizou o que lhe trouxe medo e começou a afundar... Mas, a graça de Deus o salvou de si mesmo e, também, não nos deixará órfãos.

Faça uma varredura na sua vida e nas suas emoções e veja no que você está concentrado hoje. Observe seus sentimentos e, quando encontrar aqueles que são ruins, procure saber o que você está focalizando que está trazendo estes sentimentos.

Seu foco presente determina seus sentimentos presentes.

Seu foco controla sua vida.

Concentre suas energias no que realmente vale a pena.

O Reino dos céus é assim: a semelhança de um homem colecionador de pérolas que encontrou uma pérola de grande valor; então, foi vendeu tudo o que tinha e comprou aquela pérola.

(Mateus 13:45-46)

PAZ!

Giordano Assunção
giordano@compromissokandeya.com

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

PEDRADAS DOERIAM MENOS

Um dia desses, uma irmãzinha veio me contar a triste história do seu descasamento. Meu coração se partiu enquanto ouvia... chorei por dentro.

Chorei de tristeza, porque me lembro que quando fui ao seu casamento já tive vontade de chorar, por serem tão meninos os noivos e tão pressionados para assumirem uma vida que, por si só, já traz tantos obstáculos a transpor.

Lembro-me de que o mais velho dos dois não tinha ainda dezoito anos, mas estavam iludidos com uma ilusão que achavam santa de que Deus os preparara para unir-se tão rapidamente, tão cedo, tão sem se conhecerem. Sem contar que, um deles, começou a congregar por causa do outro...

Mas, até que durou. Tiveram filhos, que ainda são pequenos. Não sei dos dissabores que tiveram, nem das alegrias que viveram, porque não vivemos próximos, mas me lembro do legalismo com que nos julgavam, sim, a nós que não congregávamos com eles, mas que achavam que tínhamos que caber dentro dos moldes de seus usos e costumes. Ela sempre foi sincera e impulsiva; ele, falava o que pensava, sempre apontando o dedo, sem, contudo, conhecer o que a Palavra de Cristo dizia a respeito do que afirmava... apenas repetia a “doutrina” que ouvia nas mais de cinco reuniões que freqüentava por semana... Acredito mesmo que ele se esforçou para preencher os requisitos de pertencer a Jesus e ser santo, segundo aprendera... Por algum tempo, ao menos. É claro que o peso que lhe impuseram o impedia de caminhar.

É claro que a alegria devia faltar naquele coração. É claro que, prisioneiro que era de regras religiosas, mais cedo ou mais tarde, viria a querer voar pra longe. E voou. Traiu a esposa, a mesma por quem aceitara encarar uma “doutrina” tão dura e farisaica... E é claro que mentiu e escondeu isso, enquanto pôde. Porque, como era sincero em tentar se esforçar para ser o santo que a igreja queria que demonstrasse ser, não soube disfarçar a tristeza que sentia em ter falhado e justamente naquele pecado... que era de morte, como aprendera... na doutrina da igreja.
É aqui que minha tristeza se transforma em ... ira. E, revoltado, meu coração pergunta: Por quê? Por que não se re-instaura o apedrejamento dos adúlteros? Por que não vão os líderes religiosos deles pegar as primeiras pedras e atirá-las, olhando em seus olhos e vendo-os morrer? Por que se insiste nesta disciplina que mata a pessoa aos poucos, por saber-se que errou e por jamais poder, mesmo que se arrependa e peça perdão e ainda que seja aceita por seu cônjuge, sim, jamais poder usufruir da liberdade da comunhão dos santos, ou melhor, dos que estão se esforçando para parecerem santos e não deixam que seus erros transpareçam à liderança...?

Um dia, ele teve que contar que cometera o tal pecado de morte... Sei que estava destruído e destruído ficou, mesmo com o perdão e o amor da esposa, que decidiu tentar consertar o casamento. Ficou destruído e destruído está, por pensar que seu pecado não tem perdão, que sua “alma” morreu porque pecou e que, agora, terá que suportar a idéia insuportável para os legalistas de sujeitar-se à misericórdia de Deus no último dia... e sem qualquer liberdade entre seus irmãos... Destruído está porque o apedrejaram com seus corações duros e, certo de que Deus também pensa assim, rendeu-se de vez ao desastre e se foi... Agora voltou a fazer tudo o que, casado com a “doutrina”, não podia. Já que a vida com Deus está perdida, perdido ficou...

E, confessadas a tristeza e a revolta do meu coração, quero seguir ensinando a todos quanto quiserem me ouvir que, se acharem que vêm para Jesus com seus próprios esforços, perdem seu tempo. Que aqueles que algo têm, só na aparência, por mérito próprio, por dura conquista e por esforço, mesmo que sincero, não têm nada em Jesus. Porque no Reino de Deus, a transformação começa por dentro, lá onde o Espírito Santo mora. Porque no caminhar com Jesus, o fruto que se pode ver naqueles que permanecem nEle é o fruto do Espírito, que é o Amor, em suas multiformes manifestações, que nasce, cresce e amadurece por dentro, antes de se manifestar por fora. E é o fruto do Espírito Santo em mim, não do esforço do meu espírito sozinho... Porque se não conheço a Jesus, Verdade que liberta, a letra da Bíblia pode me prender e escravizar... e se tenho apenas pastores humanos, mas não reconheço a voz do Bom Pastor que deu a vida por mim, estou mesmo à mercê dos lobos...

Sei que Jesus chama para Si os que O querem, mas são impedidos de se achegarem a Ele, por aqueles que impõem fardos tão pesados, que nem mesmo eles podem carregar e se colocam na frente da Porta da Graça e por ela não entram, nem deixam os outros entrarem... E é a mesma Graça que diz a todos os prisioneiros que venham a Jesus, para serem livres e aliviados dos pesos, desnecessários para serem santos. Sei e oro para que saibam: o perdão é real para todos os que se arrependem e voltam para Jesus e a Graça, o Amor e a Misericórdia de Deus não são um estepe, que substituirá, no último dia, a eventual ausência de méritos dos que se esforçam para parecerem santos... Mas Graça, Amor e Misericórdia acompanharão os filhos do Pai, adotados em Jesus, até que O encontrem, em Sua volta... E, caminhando descansados nEle, serão os filhos transformados de fé em fé, de glória em glória, de perdão em perdão, de graça e em Graça... para serem semelhantes ao Primogênito de muitos irmãos. Tão somente pede Jesus que permaneçamos nEle e O amemos e vivamos o amor ao próximo, como Ele mesmo nos amou. Santos e bem-aventurados por dentro... Sal que tem gosto e luz que ilumina, por causa da Palavra de Cristo viva em nós... Filhos do Amor de Deus que, por serem tão amados, desejam amar e agradar ao Papai com suas vidas...

Estas verdades estão encobertas para muitos que pensam seguir a Jesus e acham que, para isso, não podem ser felizes em seus casamentos, não podem ser alegres, não podem viver... Mas, reprimidos em moldes e formas humanas, religiosas e sem amor, esforçam-se por manter a aparência e julgar aos outros. Até que a aparência trinque e tudo vá por água abaixo. Ou até o fim da vida, se souberem esconder que, dentro de seus corações e mentes, pecam todos os dias...

Mas, se for assim, um terno bem passado ou uma saia bem comprida garantirão sua aparência... de sepulcro caiado. Mas, Você, se vive assim, olhe, agora, pra Jesus e seja livre!


Jackeline Sarah
Publicado, originalmente, em 18/09/07.